Hoje em dia escutamos cada vez mais palavras como: Investimentos, educação financeira, aplicações… Uma grande quantidade de canais sobre finanças surgiu no YouTube e, com certeza, você conhece alguém que tem dinheiro na bolsa de valores. Está acontecendo uma revolução no Brasil e o brasileiro está cada vez mais interessado em cuidar melhor do seu dinheiro e fazer com que ele se multiplique. E não estão errados. Práticas que já eram comuns nos Estados Unidos, só agora começam a ser disseminadas por aqui e o que era tabu, agora é visto com outros olhos. Estamos perdendo o medo de falar sobre dinheiro. E se tudo isso é muito bom tanto para cada um de nós, como para a economia de um país inteiro, por que não seria boa ideia de aplicar educação financeira também nos condomínios?

Como vocês já devem ter percebido, o condomínio também tem receita e precisa gerir suas despesas mensais, anuais e até algumas surpresas de vez em quando. A gestão financeira de um condomínio acaba sendo muito parecida com uma empresa e, se pensarmos bem, muito parecido com o controle financeiro das nossas próprias contas bancárias. Então, assim como uma empresa ou nossa vida pessoal, um condomínio também precisa de cuidados. Você teria coragem de deixar os cuidados com o seu salário e a responsabilidade de pagar suas contas na mão de um desconhecido? Claro que não, certo? Algumas pessoas não têm nem coragem de deixar na mão do marido ou esposa. Mas, no caso dos condomínios muitas vezes os moradores acabam, por desinteresse, delegando todo o cuidado da administração para alguém mal capacitado.

Percebe agora como soa assustador? Para garantir que as finanças do seu condomínio estejam em boas mãos, é importante ter um síndico interessado e com conhecimentos básicos em educação financeira. Só assim ele terá capacidade de avaliar se a administradora, sua grande parceira, também tem as competências necessárias para o trabalho. É somente com o fruto de uma parceria saudável entre administradora e Síndico, que as contas ficarão organizadas e controladas.

O síndico não precisa ser um expert, não precisa saber tudo sobre fluxo de caixa, previsão orçamentaria ou mesmo investimentos, mas deve saber o suficiente para analisar os relatórios que a sua administradora fornece. Uma boa interpretação pode ser o suficiente para prever a necessidade de reajustar a taxa condominial ou cortar um gasto desnecessário. Esteja sempre atento a inadimplência e evite deixa-la maior do que 5%.

Conselheiros e condôminos, vocês também podem participar e colaborar com a administração de seu condomínio. Compareçam às assembleias de prestação de contas e se interessem pelos números, questionem os gastos e tenham discernimento para a necessidade de reajustes da taxa condominial. Somem com o Síndico e o ajude a gerar riqueza para o condomínio, afinal os recursos são de todos os moradores. As consequências das decisões, sejam elas positivas ou negativas, serão sentidas por todos.

Por fim, a ideia de organização financeira pode ser repassada para os condôminos e, também, para os colaboradores. Quem cuida bem das finanças, mantem suas contas em dia e evita a necessidade de acordos que geram multas e juros para o inadimplente. Colaboradores com uma boa estratégia de gastos pessoais, fazem o salário render mais e trabalham mais felizes com mais produtividade. No final, compartilhar os conhecimentos da educação financeira beneficia todos no condomínio.

Colunista – Leonardo Fernandes
Especialista em educação financeira
Diretor Financeiro da AVERD-Condominial

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